jeudi 23 juin 2011

Sobre estar de volta.


"Bom, no último ano da minha vida eu vivi muitas despedidas. Mas, certamente, a que mais me marcou foi a do dia 14 de novembro, em Paris. No final de agosto do ano passado eu fui morar na França por um ano e o Bruno foi pra Bélgica pra um estágio de 3 meses. Evidentemente, ao deixar Porto Alegre eu dei um saudoso e carinhoso abraço nele, mas, por ter certeza que a gente ia se rever na Europa, não dei muito espaço pra saudades. Nem pensei como ia ser lidar com isso. Sabia que a gente estaria relativamente perto e, assim, eu não estaria sem cais no Velho Continente.

Em novembro, então, a gente passou um feriadão juntos na cidade em que a gente cresceu e que além de raízes nos deixou algumas cicatrizes. Quatro dias em Paris com o meu irmão foram o bastante pra reviver todo o amor que move essa família. No domingo dia 14, 3 dias antes do meu aniversário, quando ele partiu, eu, finalmente, me vi sozinho na Europa. Na nada acolhedora Gare du Nord, meu querido irmão se despediu de mim. Ele ainda tinha um mês longe de casa. Eu ainda tinha uns bons 8 meses.

O que importa nessa história é que, depois de se dar tchau, eu saí da estação para pegar o metrô. E Saí chorando, obviamente. A saudade do Bruno era saudade de quase todos que estão aqui. Saudade das raízes. Mas, enfim, às vezes, o universo nos manda pequenas mensagens e naquela noite fria em Paris, sozinho no caos do metrô eu li uma frase que me confortou: I have loved the stars too foundly to be fearful of the night.

Acho que essa mensagem diz muito. Por mais que a vida nos separe, no fundo do coração, a gente sempre vai estar junto.

Então, ao Bruno, eu declaro o meu mais profundo amor e a mais pura felicidade de estar de volta. 

Desejo a todos uma ótima noite."


Como diria Paulo Leminski: haja hoje para tanto ontem.

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